Alimentação escolar da rede estadual assegura mais de 200 mil refeições ao dia em 2025
Educação
No ano de 2025, a alimentação escolar da rede estadual de ensino se configurou como uma das políticas mais importantes da educação em Sergipe, garantindo qualidade, regionalização e segurança nutricional para os estudantes. Com um investimento que ultrapassa R$ 64 milhões, o Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), assegura mais de 211 mil refeições todos os dias nas 318 escolas da rede.
O cardápio planejado pelas nutricionistas da Seed mantém a diversidade dos alimentos e atende às necessidades nutricionais dos estudantes. A regionalização continua sendo destaque, com itens que valorizam a cultura culinária sergipana, como o filé de camarão, que ampliou a aceitação dos pratos, a inclusão do pão de macaxeira, entre outros gêneros alimentícios. A agricultura familiar também ganhou espaço, garantindo frutas, verduras, hortaliças e proteínas frescas, fortalecendo, ainda, a economia local.
Nos últimos 12 meses, 56 itens foram enviados às unidades de ensino, somando cerca de seis mil toneladas de alimentos. Deste total, aproximadamente 62,5% é fruto da agricultura familiar estadual, o que reforça o compromisso do Estado com a produção regional e com uma alimentação mais nutritiva para os alunos.
O Programa Filé de Camarão na Alimentação Escolar, implantado na rede estadual em 2023, assegurou a distribuição de mais de 17 mil quilos do produto, com um investimento de R$ 1.083.440,52. Realizada em parceria com a Cooperativa de Produção, Comercialização e Prestação de Serviços dos Agricultores Familiares de Indiaroba e Região Ltda. (Cooperafir), a iniciativa beneficiou 102 escolas, fortalecendo a oferta de proteínas de alta qualidade na merenda escolar.
O secretário de Estado da Educação, Zezinho Sobral, destaca que a alimentação escolar vai além das necessidades diárias de mais de 160 mil alunos, por ampliar para o social, quando envolve segurança alimentar e nutricional, além da perspectiva contra a evasão escolar e desistência. “O olhar para a alimentação escolar vai além da necessidade diária quando assegura, também, a permanência do aluno na escola, mais concentração dos nossos alunos. Persistimos que a agricultura familiar é essencial na regionalização dos itens, na consolidação de um ciclo econômico que vai desde o pequeno agricultor à formação de cooperativas até o embalador”, ressalta.
Sistema unificado
Toda a logística de distribuição é coordenada pelo Departamento de Alimentação Escolar (DAE), que utiliza o Sistema de Alimentação Escolar (Saesc) para acompanhar estoques, organizar entregas e garantir que as escolas estejam sempre abastecidas. Esse monitoramento diário assegura regularidade e qualidade na merenda escolar ao longo de todo o ano letivo.
A diretora do Departamento de Alimentação Escolar (DAE) da Seed, Lucileide Rodrigues, explica as etapas que envolvem o processo de distribuição dos alimentos às escolas estaduais. “Todo o processo começa com o planejamento dos cardápios, elaborado por nutricionistas, respeitando as necessidades nutricionais dos estudantes, as culturas alimentares regionais e as diretrizes do Pnae. Após o planejamento, é feita a aquisição dos alimentos, com prioridade para a agricultura familiar, fortalecendo a economia local e garantindo produtos frescos e de qualidade. Em seguida, ocorre a distribuição dos alimentos, organizada conforme o cronograma de entregas. Ao chegar às escolas, os alimentos passam por conferências quantitativa e qualitativa, garantindo que apenas produtos em perfeitas condições sejam recebidos e utilizados no preparo das refeições. Todo esse processo tem como objetivo principal garantir uma alimentação escolar saudável, segura e de qualidade para os estudantes da rede estadual de Sergipe”, pontua.
As nutricionistas da Seed garantem a qualidade da alimentação escolar ao planejar cardápios equilibrados, acompanhar a compra de alimentos e orientar as escolas nas boas práticas de preparo. Com esse trabalho técnico, asseguram refeições seguras, nutritivas e adequadas às necessidades dos estudantes, fortalecendo-lhes a saúde e a aprendizagem.
“Todos os dias, o DAE se dedica, com muito zelo e responsabilidade, a garantir que cada estudante receba uma alimentação de qualidade. Nossa equipe de nutrição analisa nutrientes, seleciona os alimentos adequados e planeja cuidadosamente cada cardápio, sempre pensando no equilíbrio e na saúde dos nossos alunos. É um trabalho contínuo, realizado com carinho e compromisso porque sabemos que uma boa nutrição transforma o aprendizado, o bem-estar e toda a experiência escolar”, relata a nutricionista do Departamento de Alimentação Escolar, Nathalya Souza Gois.
Em 2025, os técnicos do setor responsável realizaram 1.592 visitas às 318 escolas da rede estadual, atingindo 100% de cobertura. Desse total, o Setor de Nutrição respondeu por 702 visitas, voltadas à avaliação das áreas de alimentação escolar e à orientação sobre boas práticas de manipulação. Já o Setor de Supervisão realizou 892 visitas, dedicadas à análise de estoques e ao acompanhamento das guias de recebimento dos gêneros alimentícios, garantindo controle e qualidade em todo o processo.
Nas unidades escolares, a preparação das refeições envolve merendeiras treinadas e profissionais da Nutrição, que seguem protocolos de higiene, manipulação segura e atendimento às orientações nutricionais definidas pela Seed. Estagiária dessa área no Colégio Estadual Nelson Mandela, em Aracaju, Nazaré Lemos comenta sobre como são criados os cardápios dos alunos. “O cardápio é criado, principalmente, com o foco no desenvolvimento e na aprendizagem dos alunos. Buscamos sempre oferecer a quantidade necessária de carboidratos, proteínas e lipídios para que eles tenham um aproveitamento e aprendizagem melhor”, conta.
De acordo com Kátia Virgínia Macedo, que trabalha como merendeira na unidade escolar, há dois anos, seu trabalho é gratificante. “A gente recebe uma resposta positiva dos alunos. Eles gostam, falam muito bem, e adoram quando a gente faz farofa. É uma farofa com cebola, que a gente deixa ela caramelizar, e o sabor dela sobressai, fica parecendo que tem carne nela”, diz a merendeira, sobre uma das comidas favoritas de seus alunos.
Novidade no ano letivo de 2025
Lançado em janeiro deste ano, o Programa Barriguinha Cheia, criado pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), garante que cerca de 120 mil estudantes de 212 escolas da rede estadual de ensino recebam uma refeição matinal nutritiva.
Com investimento de R$ 3.623.370,00, o programa prioriza cardápios balanceados, alinhados ao Plano Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e com forte presença de alimentos da agricultura familiar. Todo o processo segue padrões rigorosos de qualidade, com compras a fornecedores regularizados, armazenamento monitorado e capacitação periódica das merendeiras. O Departamento de Alimentação Escolar (DAE), setor responsável pela iniciativa, também realiza vistorias frequentes, e as refeições passam pela avaliação de nutricionistas para garantir segurança e adequação nutricional.
Para Laysla Santana, aluna da Escola Estadual Poeta Garcia Rosa, em Aracaju, a refeição oferecida pelo programa contribui com a rotina diária dos estudantes. “Tem gente que não consegue tomar café em casa por causa do tempo que tem para acordar e se arrumar, e, quando chega à escola, tem fome. Então, a gente enche a barriga, e é o suficiente para chegar até o lanche do recreio”, compartilha.
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